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sexta-feira, 26 de julho de 2013

"BETTE DAVIS E A MÁQUINA DE COCA-COLA"

César Amorim, Carine Klimeck e Anderson Cunha em "A máquina de coca-cola ", direção de Diego Molina, texto de Renata Mizrhai em parceria com elenco e direção. (Foto Diego Molina) 



CRÍTICA TEATRAL

IDA VICENZIA FLORES

(da Associação Internacional de Críticos de Teatro - AICT)

(Especial



Finalmente, consegui assistir "Bette Davis e a máquina de coca-cola", agora em temporada na Casa de Cultura Laura Alvim. Pasmem! A emoção deste espetáculo tem a estética e o ritmo de uma História em Quadrinhos! Sim, uma HQ. Explico: A agilidade do desenho de texto que os atores memorizam dá a impressão de cenas sobrepostas, e tudo acontece muito rapidamente. Flashes instantâneos, jogados por uma direção organizada. 

     No comando, Diego Molina. É ele também o autor da alucinada cenografia de "corpos/manequins" voando e naufragando no espaço. Assim, temos "Bette Davis" (um dos atores, acho que César Amorim, acertei?), fazendo a transposição, -hilária- da atriz hollywoodiana, no filme "Que terá acontecido a Baby Jane"? Ela castiga, com maldade, a mana Joan Crawford (Anderson Cunha?). Não esquecer que Crawford era a dona da pepsi cola... Terríveis e engraçadas, as divas do cinema lidando às turras com um presente sem glamour.Dejà vu?  Mas não com a interpretação de Cunha e Amorim...


     Temos, também, entre outros eventos cotidianos da super-cidade nossa de cada dia, a atriz Carine Klimeck como a "desesperada/ apaixonada" que faz tudo para chamar a atenção do amado: a cena tem uns cinco minutos de queixas ininterruptas, para no final ser aplaudida em cena aberta: um tour de force inimaginável 


     Meu Deus, do que esses atores são capazes!


  Os "esquetes voadores" acabaram surgindo de um trabalho conjunto com Renata Mizrhai (que fora convidada por Bilac para completar o texto e hoje, confessa, não sabe quem fez o que!). Colaboram, ainda, no texto, elenco e direção. O que podemos ver em cena são "histórias relâmpago"sequestradas no texto. Divertidas e consequentes. Pode isso? 


     Então, o que no início era um esquete de Bilac escrito para concorrer a um sem número de concursos que andam aí, pela cidade do Rio de Janeiro, transformou-se em uma seleção de  comportamentos estranhos que acometem o "tipo urbano" de cada dia. Assim, as incontáveis síndromes, como a incontrolável "repetição de lugares comuns", ou a repetição de notícias catastróficas lidas nos jornais, ou captadas no google, são jogadas para o público.


     Finalmente, temos a certeza de estar compartilhando aventuras de HQs quando o elenco, nas alturas lá do cenário (espaço que se desdobra), aboletados em aviões e paraquedas (acho que os dois atores) fogem de alguma coisa, que bem poderia ser do gas lacrimongêneo lançado pelo inimigo, nas últimas manifestações de rua da moçada. Quem viu, viu, quem não viu, ainda pode assistir.


     Ficha técnica muito alerta:


Iluminação de Anderson Ratto; Direção de movimento (detalhe importantíssimo! Juliana Medella; Direção de arte, figurino e programação visual: Bruno Perlatto; Trilha sonora: Isadora Medella; Frisamos: o cenário é de Diego Molina, o diretor. O espetáculo é uma brincadeira - "imperdível!" - com a verdade!


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