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domingo, 16 de agosto de 2015

"MEMORANDUM"

Abujamra em um dos seus últimos trabalhos em teatro: "Uma informação sobre a banalidade do amor - uma obra em cinco atos". Criação e Direção, Antonio Abujamra, que também atua no papel de Heidegger, em dupla com Tatiana de Marca interpretando Hannah.   (foto Divulgação)

IDA VICENZIA
(da Associação Internacional de Críticos de Teatro - AICT)
(Especial)

"MEMORANDUM"

     E para terminar o "Capítulo Crítico da Conquista dos Imperadores", da Biografia de Antonio Abujamra, eis um trecho do Memorandum prometido:

     "Vamos fazer um teatro simples, legitimo. Denunciemos as falsas fatalidades. A historia é feita por homens, ou seja, por seres suscetíveis de mudanças. Este memorando tenta provar que se o teatro for verdadeiro, o público irá vê-lo e será capaz de ouvir. O trabalho de popularizar tem que ter uma continuidade precisa de coerência e astucia. Não acreditemos nos governos: nenhum político brasileiro é capaz de perder cinco minutos de sua vida pública para dedicá-los à cultura. Por que a cultura os assusta.
     "A função do nosso teatro para esse povo que temos pela frente é abrir um campo novo de visão, ação. A verdade, evidentemente, não é universal. Por isso é que a pergunta constante para quem quer realizar algo é "qual a verdade que quero apresentar hoje, como proposição aos que estão sentados na platéia". Não esperar que a crítica venha com o espetáculo ideal na cabeça e ache que o que está sendo apresentado deveria ser de outra maneira. Se a linguagem do espetáculo for completa, o crítico terá obrigação de seguir esta linguagem e não dizer que linguagem deveria ter sido usada. Confiamos afirmativamente no teatro brasileiro. Nosso pessimismo é um pessimismo instrumental contra o mau teatro. Tudo o que for capaz de libertar e evoluir o homem merece nosso apoio. O contrario disso nossa profunda repulsa.
     "Gostaríamos de ver um teatro de discordância, que teria uma atuação violenta nessa desproporção grotesca que é nosso País, onde existe o pequeno pensamento mentiroso e os problemas reais dos homens. Um teatro de causa e efeito. "A Exceção e a Regra", de Bertold Brecht, é a peça que melhor ilustra o que desejaria ser este memorando". (Antonio Abujamra)

    



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