Páginas

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

MANAUS

Almoço no SESC-Amazonas, comemorando a minha chegada em Manaus. Ao centro, Dr. Roberto Tadros, Presidente SESC Amazonas. À sua esquerda, Sr. Belisario Arce, Presidente da PanAmazônica, e casal Souza: Marcio Souza, diretor do Teatro SESC-Amazonas  e Ida Vicenzia, crítica de teatro da AICT (Associação Internacional de Críticos de Teatro) e jornalista. 

sábado, 6 de fevereiro de 2016

ANTONIO ABUJAMRA - UMA BIOGRAFIA



                                                                     (Capa de Fernando Hargreaves)





























IDA VICENZIA
(da Associação Internacional de Críticos de Teatro - AICT)
(Especial)

"CALENDARIO DE PEDRA" - UMA BIOGRAFIA



                       CAPITULO I
                         
                                       "UMA VIDA NORMAL"

Ah! A vida é dura, e as coisas que cercam a vida estão preparadas enormemente para que tudo continue assim." (Abujamra,"Idéias e Execuções" (Ultima Hora/SP, 1963)

     Esta constatação, que há muito tempo o persegue, pode ter estabelecido seus primeiros passos em direção ao "Calendário de Pedra" (segundo suas palavras) que o aguardava em suas lides teatrais. A batalha a que se dedica para incentivar a cultura no mundo teatral começou em sua coluna diária para O Clarim, em Porto Alegre, e continua no jornal paulista Ultima Hora, ou no programa de entrevistas Provocações, na TV Cultura de São Paulo. Em todas as fases de sua luta Abujamra continua o mesmo, com a esperança de alcançar o seu sonho e fazer com que tudo não continue assim, como mencionou acima em sua coluna intitulada "Idéias e Execuções".
      Para Abujamra a revolução teatral brasileira é, e sempre será, uma nova proposta para um público novo. Foi isso o que começou a fazer quando retornou ao Brasil. Mas vamos começar pelo começo: o teatro, e a sua relação com o espetáculo teatral. O diretor era adolescente ainda quando, em São Paulo, uma de suas irmãs, Zilda, levou-o para assistir a um musical. Hoje ele comenta, vagamente, que era um elenco negro que cantava músicas lindas. Seria Porgy and Bess? Ele só declara que o espetáculo o impressionou profundamente e, a partir deste dia, começou a ler tudo o que encontrava sobre teatro. Abujamra estava naquela fase da vida que define o nosso destino. Para ele o teatro surgiu como a emoção que o mobilizaria para a vida. Emoção de adolescente. Isto, na verdade, é um horror, a fatalidade da adolescência: desde muito cedo somos condenados à nossa paixão. Hoje em dia, Antonio, apesar de seu exterior agitado, é uma pessoa reflexiva, amorosa, apaixonada, que conserva a força que viu surgir em sua adolescência. É sobre essa força e essa paixão que vamos falar, em o seu "calendário de pedra".

         O INÍCIO
     Nascido em Ourinhos, São Paulo, em 1932, no dia 13 de setembro, o diretor é filho de Iskander Abujamra, na época, um homem de negócios do café, e de Nazira Abujamra. O caçula de uma família de dez filhos (doze, segundo o filho André Abujamra, o músico) morou, pelo menos seus primeiros anos, nesta região de São Paulo. A casa de tantos irmãos seria viva, agitada como um ensaio de teatro. Na companhia de Izkander, Nazira viveu, no mínimo, doze anos em Ourinhos, para dar tempo de ter os seus doze filhos! Depois, foram morar em Sorocaba, e, finalmente aportaram em São Paulo, empurrados pela crise do café. Sorocaba teria grande importância na vida de Abu, mas foi na capital paulista que Antonio terminou a sua formação básica. Depois... resolveu fazer faculdade em Porto Alegre, "porque lá os cursos são mais rápidos", ou, em outra versão do contraditório diretor "porque tinha feito umas barbaridades" em São Paulo. A verdade é que ele começou o seu aprendizado teatral em Porto Alegre. Temos a impressão de que essa história já foi contada antes. Aliás, todas as histórias já foram contadas antes, mas sempre haverá uma maneira nova de contá-las.
                                           QUAL SERÁ A MANEIRA DE ANTONIO ABUJAMRA
                                          CONTAR ESTA HISTORIA?
                                                                                                (Para Marina Amaral, 
                                                                                                 da revista
                                                                                                "CAROS AMIGOS"): 

     (...) "Fui educado por uma cunhada, em Porto Alegre, que me deu um certo amor pelas leituras clássicas. Estava morando em Porto Alegre, fugindo de casa, "porque tinha feito umas barbaridades" tinha um irmão em Porto Alegre e ele me disse: "Vem prá cá". Aí passei pelo Rio, vi a Copa do Mundo de 50. Era um meninote. Aí chego em Porto Alegre e começo a estudar. (Entrevista de 2004).
 (Biografia de Antonio Abujamra. Colocamos essa passagem para comunicar que não o esquecemos. Abrimos com um primeiro momento de sua vida: a infância. É claro, muita coisa ainda está por acontecer em sua vida. Não percam o livro!)