Antonio Abujamra no papel de 'Ravengar', da novela "Que Rei Sou Eu?", de Cassiano Gabus Mendes. (Foto Divulgação) |
IDA VICENZIA
(da Associação Internacional de Críticos de Teatro - AICT)
(Especial)
DO LIVRO "ANTONIO ABUJAMRA - CALENDARIO DE PEDRA" 'UMA BIOGRAFIA ESCRITA POR 'IDA VICENZIA'
CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERNET
CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERNET
A internet é algo que nos invade, através
da sordidez com que descarrega sobre nós a sua ganância de lucro. Invadem nossos
e.mails, blogs e o que mais for, procurando transformar-nos em desenfreados consumistas.
Entretanto, há algo que a transforma em paraíso. É quando nos permite entrar em
contato com o passado, e com a emoção do futuro. E, em certos casos confiáveis,
a internet pode ser até o "paraíso dos pesquisadores". Pois é, há
sempre um lado bom nas histórias de horror.
Foi assim que entramos em contato com Ravengar, através da internet, e o
conhecemos, em 2015, conhecemos a novela não assistida, de 1986, com o
personagem que é fruto, agora, de nossa atenção. Muito obrigada INTERNET!.
Mas passemos logo para Ravengar, sua
figura física: cabelos longos, túnicas longas, idéias longas - tudo é
excessivo, neste personagem: o que torna necessário, para interpretá-lo, um
ator que tenha físico, naturalidade e humor para encarnar um monstro (ou um
mago?), sem parecer falso. Sim, porque Ravengar, o bruxo, é um monstro de
mistificação, muito pior do que qualquer Tartufo, de Molière.
Mas vamos agora à sua alma. Físico e alma
se complementam e podemos pensar que, enquanto os autores (Jorge Fernando,
Mario Marcio Bandarra, Fabio Sabag e Lucas Bueno), querem mostrar um bruxo
astrólogo, médico, psicólogo ... Abujamra, travestido de Ravengar, é uma, e a
mesma coisa. Ele diz coisas assim: "a liberdade é uma planta que, quando cria
raízes, cresce rapidamente", ou "a piedade atrasa as grandes
conquistas", ou ainda: "ter paciência é ter sabedoria". Vocês,
por acaso, já não ouviram estas palavras proferidas pelo proprio Abujamra.
Desconfie... Duvide!
É. E é sobre o poder, este pensamento de
Ravengar (ou será de Abu?): "Estou falando do poder que penetra no sangue,
que irriga o cérebro - é afrodisíaco - é quase magia!". De uma coisa temos
certeza: Ravengar foi criado à imagem e semelhança de Abujamra. O vampiro de olheiras
profundas e olhar penetrante, o bruxo Ravengar "um fantasma que ainda anda
solto por aí", segundo Abujamra declarou, em 2012. A alma de Ravengar está
colada à de Abujamra, e temos certeza de que os autores escreveram o personagem
pensando no ator. E Ravengar, depois de ter construído o seu "Rei Petrus
II" (o filho do Rei a quem serve), um monstrinho criado à sua imagem e
semelhança, Ravengar observa: "A minha cria não tem medo de nada, como
eu".
Assim, Ravengar conseguiu dominar o mais
fraco. No caso, o futuro "Rei", o tal "Lucien Elam". E
Ravengar o hipnotiza: "Você é um pobre miserável faminto e burro. Um
príncipe herdeiro de merda... mas um dia pode valer muito. Eu farei de você
primeiro uma pessoa, depois um rei, ("como vai encher o saco, esse
rapaz")"...
E, para o "futuro Rei", Ravengar
aconselha: "Você quer ficar trancado, como um animal enjaulado? Calma, há
tempo pra tudo. (...) Você está proibido de falar com quem quer que seja".
('Lucien Elam' é irmão da princesa Juliette, interpretada por Claudia Abreu) E
Ravengar confabula: "O poder de Lucien será o meu poder. Eu terei o poder,
como eu quiser". (E dá "aquela" olhada maldosa para a
governanta, interpretada por Vera Holtz).
A
governanta (fascinada): - Sua inteligência é vibrante, mestre!
Ravengar
- Nós temos tempo... quando estiver pronto, será uma surpresa!
(Mágicas, cartas, o Diabo, o Destino, a
serpente mágica, a vida física - tudo isso Ravengar controla).
-
Mas, e o Diabo? - pergunta Lucien Elam.
Ravengar:
- Sempre que eu procuro ver o "seu" futuro, o Diabo está presente...
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