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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

"8º FESTU - ENCERRAMENTO TEATRO CESGRANRIO"

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O Ator Vencedor - Um palhacinho do subúrbio - ator ator... ator! Cássio Duque 
"Chamada a Cobrar".
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O Juri em plena labuta! Adorei "Olha o Pesado Aí!"

"Meus Cabelos Baobá". Fernanda Dias, a grande vencedora da noite.Texto, figurino, e direção de movimento. 


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A baiana Gabriela Lara, que abalou o futuro, e seu "Pânico Vaginal!" Diz o programa que era "SP - Escola de Teatro" (sei não...)
(Fotos da Produção)






















IDA VICENZIA
(da Associação Internacional de Críticos de Teatro – AICT)
(Especial)
“8º  FESTIVAL  DE  TEATRO  UNIVERSITARIO “   
ENCERRAMENTO:   TEATRO CESGRANRIO - dia 23 de setembro de 2018

     Fazendo as contas, a ideia surgiu em 2010, quando dois amigos se uniram e pensaram em algo que também unisse a classe teatral. E aí surgiu o Festival de Teatro Universitário – FESTU - logicamente abrangendo todas as escolas ligadas ao ensino das artes cênicas, com a participação de artistas dos vários estados do Brasil. A empolgante iniciativa surgiu das cabeças de Miguel Colker – produtor  (que tem a sorte de ser filho de Deborah Colker, uma mulher com grande  iniciativa para as coisas da arte – balé, teatro, música – tudo ligado à nobre arte do Esporte) e o diretor e ator Felipe Cabral, o simpático apresentador da noite de encerramento do Festival, junto com aquela gracinha de atriz que é Julia Stockler.  A dupla apresentadora foi um espetáculo à parte, sem falar no som do coração feito pela produção ... e o som da expectativa! ... os acordes finais, chamando a atenção para os vencedores!

     Noite em que o teatro – e seus novos corifeus, adoradores, sacerdotes... – se apresentaram para nós, distinto público! Os membros do júri estiveram à altura da noite, com sua simpatia e prestigio. Não é todo dia que atores, diretores, cenógrafos, iluminadores e o tudo o mais que houver, assistem ao nascimento de seus talentosos substitutos. Noite gloriosa!

     Quem assistiu, assistiu! Quem perdeu... só ano que vem!

     Jurado composto pelo iluminador Renato Machado, o cenógrafo Sergio Marimba (que figuraço!); o dramaturgo Flavio Marinho; a atriz Cássia Kiss, o ator Leopoldo Pacheco, o homem de teatro Claudio Tovar. Enfim, a for da flor de nossos palcos! Passou muita gente de valor pelo palco do encerramento do FESTU! Todos emocionados! Noite linda!

     O Festival foi uma curtição. Sua importância aumenta, de ano a ano! O grande destaque de 2018 foi para os atores negros, eles ganharam a noite, com destaque para Fernanda Dias, campeã em tudo!  No Juri, o diretor Ulysses Cruz e sua fala carinhosa sobre o papel do diretor, e Claudia Kopke, figurino; Leandro Soares, ator, Caio Paduan, ator. (Desculpem se alguém não foi citado).  Os vencedores da noite? As fotos acima dão uma velada resposta...

.A imagem pode conter: 1 pessoa, meme e textoEle não é a máximo?Cenógrafo Sérgio Marimba

terça-feira, 18 de setembro de 2018

" P R O C O P I O"




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"Procópio", texto de Carla Faour, direção Dani Barros. Em cena Kadu Garcia e Paulo Giannini. (Foto Divulgação)

IDA VICENZIA
(da Associação Internacional de Críticos de Teatro – AICT)
(Especial)

Gostamos desta coisa meio Beckett que fala em “Decreto”, sem a gente saber direito do que se trata! Referimo-nos à última peça da dramaturga Carla Faour, “Procópio”, em cartaz no Sesc Copacabana. Há maneiras e maneiras de testar um acontecimento teatral. Podemos dizer que o acontecimento em questão se estabelece quando os dois moradores de rua se encontram, lutando pelo mesmo espaço... um velho prédio onde anteriormente funcionava o Teatro Procópio! Ideia ótima, essa, de trazer para o nosso palco um assunto tão vibrante e atual – a decadência da nossa cultura!

      Interpretados com galhardia por Kadu Garcia e Paulo Giannini, os dois personagens, radicalmente opostos, acabam entrando em sintonia. Os acontecimentos que se desenrolam naquele prédio em ruínas mexem com a alma da gente.  A direção é de Dani Barros, a nossa revelação de diretora. Não poderíamos estar melhor servidos.

     No texto, o problema que se estabelece de maneira subjetiva, e a partir das diferenças individuais (dos personagens), nos leva a um fascinante jogo de cena. A princípio pensamos que se trata de uma disputa por espaço, mas há algo, em um dos “contendores”, um componente humano que o diferencia de seu rival. São as famosas diferenças individuais que os dois talentosos atores jogam em cena. O lúdico é transformado em um processo envolvente de duas naturezas opostas. Emocionante. E não há, na plateia, quem não seja atingido pela mensagem final, quando o Artista (interpretado por Kadu), manifesta a sua natureza! Desde o momento em que a luz o ilumina, destacando a sua particularidade (que se manifesta, brincalhona e feliz desde o início - natureza típica da criança que levamos em nós!), conscientizamos estar na presença de um grande texto, e de um grande espetáculo. O final nos leva às lágrimas, pela sua delicadeza poética... e pela sugestão do que nos espera, se não tivermos sorte como País!

     Sim... nós sabemos que o teatro nunca vai acabar, sabemos que a sua magia permanecerá, ainda que os poderosos se manifestem contra o seu encanto. O tal “Decreto” visa calar a boca dos artistas. Mas, no final há um pronunciamento do personagem de Kadu, no qual ele cita os grandes nomes de nosso teatro e também os mais jovens e mais recentes, não esquecendo que o nome “Procópio” é uma homenagem a Procópio Ferreira... Muitos outros são homenageados! Há, também, na peça, uma referência atual sobre o abandono da nossa cultura. Nada mais perfeito. Salve Carla Faour!
     Trata-se de um espetáculo para ser prestigiado e conhecido por todos. Os que amam a Arte e o Artista, e os que virão a amá-los, pois, conforme diz o personagem de Kadu, nas palavras de Johann Wolfgang von Göethe, “A Arte Salvará o Mundo”!

     Ficha técnica muitíssimo bem escolhida: Cenário decadente de um futuro imaginado: Fernando Mello da Costa; Figurinos igualmente decadentes de Bruno Perletto! Iluminação do mestre Renato Machado. A música, cantada pelos dois atores é “Rosa”, de Pixinguinha, em homenagem ao nome, recuperado na lembrança, da esposa do personagem de Paulo. Não percam estes momentos lindos e poéticos de grandes artistas. Bravo!

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

"NOSSAS MULHERES"

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"Nossas Mulheres" - direção de André Paes Leme.
Em cena Isio Ghelman, Marcio Vito e Edwin Luisi. 
 (Foto Claudia Ribeiro)
 
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"Nossas Mulheres" Foto divulgação dos quatro atores que compõe o elenco:
Edmilson Barros
 (substituto de Marcio Vito),
Isio Ghelman, Marcio Vito e Edwin Luisi.
(Foto Nana Moraes)



IDA VICENZIA
(da Associação Internacional de Críticos de Teatro – AICT)
(Especial)

     Eis que recomeçamos o nosso métier de críticos de teatro depois da hecatombe do “produtor” Luque Daltrozo. Jamais esquecerei este nome, não tem capacidade para administrar o grande Teatro Adolpho Bloch... Teatro é amor, especialmente distribuído pela produção entre as pessoas que se abalam de casa, nestes tempos difíceis de noites imprevisíveis, para assistir teatro! Aliás, no dia seguinte estaríamos enfrentando uma cirurgia, saímos de casa pelo fato de estarmos comprometidos com o presidente do Conselho de Cultura do Amazonas, que manifestou curiosidade em relação ao ótimo espetáculo Molière. Apesar de termos assistido da última fila, e de nossos problemas com os olhos, não nos retiramos indignados (e com razão), na hora da recusa do produtor, pois teatro é amor... Chegamos cedo para pegar bons lugares, mas fomos os últimos a sermos atendidos. Isto é Brasil! Dependemos das idiossincrasias de terceiros... Meu consolo é que este fiasco do “Sr” Daltrozo (que nome!), percorrerá o mundo. Sou lida na Europa e Estados Unidos (também...), graças à AICT.
     Mas passemos a “Nossas Mulheres”, produzido por Maria Siman, com seu conhecido e ótimo trabalho. Está de parabéns também o produtor do Teatro Ipanema, José Carlos Vedova. Faço minhas as palavras de um frequentador: “Um experiência única, pessoas agradáveis e gerencia de primeira linha”.   
      “Nossas Mulheres” está em cartaz no Teatro Ipanema até o dia 24 de setembro.  Não Percam! Trata-se do encontro de três amigos, Isio Ghelman (Paulo), Edwin Luisi (Max) e, no dia em que assistimos, Edmilson Barros (Simão) substituindo Marcio Vito. Trata-se de um jogo arriscado, pois os três atores oferecem uma situação cotidiana. O brilhante fica por conta de suas atuações. Aliás, o texto de Éric Assous, uma comedia do dia a dia tão ao gosto do paladar francês transforma-se, nas mãos de André Paes Leme (ótimo diretor), em um show em que o rei está nu, uma nudez que tenta se fazer entender. Não que os personagens sejam impenetráveis, eles são inacreditáveis!  
     Explico: no decorrer do espetáculo percebemos as lacunas que nos levarão ao final já esperado. Mas não nos precipitemos, no meio tempo entre o início da peça e seu final, muita coisa boa acontece, principalmente devido à boa interpretação dos três atores. (Dá vontade de assistir novamente, para ver Marcio Vito em cena, ator que muito prezo).
     Volto aos comentários: faz sentido, nestes tempos que correm, ouvir a palavra destes seres desconhecidos (para as mulheres) que são os maridos! Na peça de Assous há todo tipo de homem, menos o recém-casado amoroso, pois trata-se do encontro de amigos que estão casados há muitos anos, e o amor se transformou em rotina. Mas não desanimemos, a maneira com que os três amigos (principalmente Luisi e Ghelman) enfrentam a situação nos dá o prazer de assistir a um teatro que, não sendo cerebral, é essencial: os personagens estão vivos, e vivos estão os sentimentos que os três colocam em seu (re)conhecimento homem/mulher.
     A destacar, em termos de comedia (pois esta é a proposta) a dança rap de Edwin Luisi (que ator!); o “momento indignação” de Ghelman (outro ator excelente) quando constata que seu papel de pai pode ter consequências inimagináveis...  e o dead end a que chega Simão (Edmilson Barros), ao nos fazer perceber do que somos capazes  quando pressionados pelo infortúnio! E mais não posso dizer, pois esta peça não se resume aos bons momentos passados na companhia destes três atores, mas também age sobre a nossa consciência. Vale à pena assisti-la. Aliás, comedias inteligentes sempre são boas de assistir.
     A ideia foi da produtora Maria Siman em uma viagem a Paris, quando teve ocasião de conhecer o trabalho de Éric Assous, a atual coqueluche dos franceses, que adoram tratar assuntos-limite com a nonchalance de quem já enfrentou muitas ações desesperadas em suas vidas... tão desesperadas, que viram comédia!
     O cenário é o de uma sala de visitas de apartamento de solteiro (Max vive afastado de Magali, sua mulher). Ah, antes que nos esqueçamos, as mulheres só aparecem nos pesadelos destes meninos mimados... mas, o recado que deixam é da maior importância.   
     Pois bem, o cenário é de Miguel Pinto Guimarães; Figurinos do dia a dia, de Bruno Perlatto; Iluminação de Renato Machado e Trilha Sonora de Ricco Viana. Muito bom. A tradução (fluida e competente) é de Beatriz Ittah.  Há duas participações afetivas: a de Bianca Byinton na voz de Magali (mulher de Paulo) e a de Guilherme Siman, interpretando a voz do policial. Se vocês querem saber o porquê do policial, deem um pulo lá no Teatro Ipanema.  Eis o renascer da comedia à la Neil Simon. Não percam!