Bruce Gomlevsky em "Renato Russo", direção de Mauro Mendonça Filho, texto de Daniela Pereira de Carvalho. (Foto Guga Melgar).
IDA VICENZIA
(Da Associação Internacional de Críticos de Teatro -
AICT)
(Especial)
RENATO RUSSO
Em cena, em curta temporada, temos o
regresso de "Renato Russo", dessa vez no Teatro das Artes. Como sabemos, este é um
espetáculo que deu todos os prêmios a Bruce Gomlevsky, e à equipe do
espetáculo, pelo desempenho excepcional que apresentaram. O texto, de Daniela
Pereira de Carvalho destaca, com acerto, as principais passagens da vida de
"Russo", aliás, um nome escolhido pelo jovem Renato Manfredini Jr.,
quando resolveu assumir seu talento. O texto - e sua vida - estão muito atuais.
Renato viveu na época da ditadura militar... Não esqueçamos que uma das
composições marcantes deste poeta é "Que país é esse?" - canção que
se tornou um grito de guerra contra a injustiça, e que inspirou muitos poetas.
Nada mais atual, essa Legião Urbana, a banda de Renato Russo, e nada mais atual
do que relembrar as composições de Renato. Vale à pena assistir novamente Bruce Gomlevsly
- para quem já o assistiu - e para quem ainda não teve essa experiência ... não
deve perdê-la!
Vamos a ela: um cenário funcional (de
Bel Lobo), no qual a ação se desenvolve no interior de seu pensamento, recolhido
em seu quarto, ou criando músicas e as interpretando, na presença de seu
público. O acertado desenho de luz de Wagner Pinto faz a transfiguração dos
tempos, e vemos tudo acontecer na nossa imaginação, e ao vivo, no desempenho de
Bruce Gomlevisky! A direção de Mauro Mendonça Filho revela um jogo premiado: o
diretor soube aproveitar, com detalhes, todo o material precioso desta produção,
contando com uma equipe de primeira. Além dos citados, temos a direção musical
de Marcelo Alonso Neves e a música ao vivo da banda Arte Profana. Mas, o que
impressiona mesmo, e dá vida aos momentos que passamos no teatro, é o
desempenho de Bruce Gomlevsky. Antonio Abujamra dizia - quando deixou "seu
lado ator" vir à tona - o quanto passou a amar melhor, a compreender
melhor, o "metabolismo" destes seres maravilhosos. No caso de Bruce,
tivemos uma experiência esclarecedora a respeito das palavras de Abu, ao
compartilhar o espetáculo, e, principalmente, a cena em que ele canta "É
preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã"... segurando as mãos
do público e cantando... o artista que estava ali presente não era Bruce
Gomlevsky, mas Renato Russo! Essa
sensação nos acompanha durante todo o espetáculo.
Para quem não sabe, Renato Russo é um dos
nossos artistas mais sensíveis e um de nossos poetas mais importantes. Viveu o
seu tempo com entrega total, e soube criar os mais belos poemas sobre a nossa
realidade... sobre o homem, e o que é o ser humano. Assim, simplesmente. Coisa
de artista e seu "metabolismo". Desde a observação que tem sobre a
vida, a sua delicadeza, e a revolta de não poder modificá-la.
Renato Russo, o compositor que é capaz de
suaves composições que são verdadeiros contos de amor (bem humorados) como em "Eduardo
e Monica", no qual ele pergunta: ""Quem um dia irá dizer/Que
existe razão/ Nas coisas do coração?". Foram mais de 200 composições,
feitas por este coração aberto à emoções, e ele se desespera com: "Nas
favelas do senado/ sujeira pra todo lado/ ninguém respeita a Constituição/ mas
todos acreditam no futuro da nação", perguntando: "Que País é
esse?" Ou "Pais e Filhos"
... e tantas outras! Algo que não ser esquecido, realmente. Estão de parabéns
os que tiveram a lucidez de reapresentar esse "Renato Russo" tão bem vindo.
Assistente
de Direção: Ana Kutner; Figurino: Jeane Figueiredo; Videografismo: Rodrigo
Lima, Cila Mac Dowell, Gustavo Vaz; Direção Vocal: Patricia Maia e Deco Fiori;
Preparação Corporal: Daniela Amorim; Técnica de Alexander, Gabriela Geluda;
Fotos Divulgação: Guga Melgar; Rede Social, Rafael Teixeira; Assessoria de
Imprensa: Barata Comunicação
Produtores
Associados: Bruce Gomlevsky e Bianca De Felippes
muito legal ida! deu vontade de assistir!! bjs
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