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sexta-feira, 24 de maio de 2019

"Pi - Panorâmica INSANA"

Resultado de imagem para fotos de Pi - panorâmica insana - Teatro
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"Pi -  panorâmica INSANA", direção Bia Lessa. Nogueira, Leal, Pandolfo, Abreu - 1ª foto.
Pandolfo, Leal, Abreu e Nogueira. 2ª foto. Bia Lessa de costas, dirigindo.
 (Fotos de Morente Forte)

IDA VICENZIA
(da Associação Internacional de Críticos de Teatro – AICT
(Especial)

   O novo Teatro Prudential (antigo Teatro Adolpho Bloch), tem uma nova diretora: Guilia Jordan. No último dia 23 de maio houve a estreia, neste local carioca, de uma peça de Bia Lessa chamada Pi - panorâmica insana. O título se refere a uma possível nova era que estamos vivendo: o Antropoceno. Esta nova fase de Bia Lessa, digamos assim,  "operística", nos leva de surpresa em surpresa. Há alguns meses tivemos, no Rio de Janeiro, a estreia de Grande Sertão:Veredas, de Guimarães Rosa, dirigido também por Bia, e acompanhado por música de Egberto Gismonti. Agora a diretora se debruça sobre este novo tempo que se abate sobre o nosso planeta: o período do homem racional sobre o planeta Terra. O Antropoceno. Alguém teria  imaginado tanta desordem no planeta? 

     “Algo precisa ser feito” – diz Bia Lessa, diante do descalabro que temos diante de nós, e que se apresenta como nosso futuro! E cita, através das palavras do sociólogo Sérgio Besserman, que estamos entrando no Antropoceno, uma nova era. Seria a 6ª era do planeta Terra: já tivemos 5, e vou citá-las: a do Ordoviciano; Devoniano; Cretácio Terciário; a do Tirássico-Jurássico; a do Permo-Triássica, a 5ª, quando se deu a evolução dos oceanos, detectada pelos cientistas através do estudo das placas tectônicas...  Constatamos que o 6º período, a “6ª Era”, preocupa a nossa sociedade. 

     E então passamos a ver sobre o palco os nossos pesadelos de todos os dias,  o descalabro nas ruas e televisões, o descalabro no mundo!  Dessa vez Bia Lessa mostra no palco o nosso terrível futuro, na companhia de Franz Kafka, Paul Auster (organizador do texto de Kafka), e mais os nossos jovens e brilhantes autores brasileiros: André Sant’Anna, Julia Spadacini e Jô Bilac. Cada um possui a sua personalidade de escritor tão marcada, que percebemos quem é quem, no desenvolver da narrativa histórica!

     O fato é que lemos nos jornais, nos livros – ou ouvimos nas televisões – e não acreditamos no descalabro que estamos vivendo! O programa da peça relembra Lenin quando pergunta, tentando salvar a humanidade: O que fazer? Bia Lessa complementa:  Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? - E entrega a pergunta nas mãos de quatro  atores, através de um jogo inacreditável. Sim, eles nos dão um panorama insano, pois a ação humana nos últimos 200 anos foi tão rápida e prejudicial que gerou interferências no planeta, interferências essas que levaram milhões de anos para se acumular, em outras eras. E os humanos  criaram o Antropoceno. Dessa última fase da humanidade Bia Lessa se apropria, para nos mostrar o que aconteceu nos quase 120 minutos da  peça, minutos estes que não percebemos passar. Os milhões de anos que são narrados podem ser reunidos em momentos, tal os episódios que testemunhamos. Inacreditável Bia Lessa! O programa da peça devia ser vendido nas bancas de jornais, nas livrarias, nas ruas!

     Os ricos e famosos talvez não acreditem em Bia Lessa, mas o que sabemos é que, se o aquecimento global não for dominado, a invasão dos oceanos será incontrolável. Os ricos já estão começando a acreditar, pois já pesquisam em Marte para saber se ele é habitável, se há condições de eles se mudarem para lá... O Brasil está colaborando com as pesquisas (hélas!), pois acabaram de entregar a nossa base de Alcântara (ano 2019), para os gringos fazerem os seus testes espaciais em nossa terra (tomara que desfaçam o arranjo!)

     Mas agora vamos tentar falar sobre a última criação de Bia Lessa: a diretora se faz acompanhar de quatro atores de invejável performance. Os citaremos em ordem alfabética: Claudia Abreu (quanto tempo não a vemos em palco, que delícia!), Leandra Leal (também outra presença bem-vinda!); Luiz Henrique Nogueira, para nós um encontro bem- vindo, e Rodrigo Pandolfo, outra presença marcante: a sua explicação de Deus é um momento decisivo para o espetáculo. Será texto de Jô Bilac? Ou de Sant’Anna? Perdi-me...

   A revolucionaria cenografia é de Bia Lessa. Haja! Quanta inquietação! É ver para crer. E o final do espetáculo, então? O Desenho de Luz complementa a ideia da diretora, ideia essa acompanhada por Guilherme Varela. A Estrutura Cênica, Concepção e Direção Geral do espetáculo são de Bia Lessa. A Pesquisa Dramatúrgica é de Marcia Brasil. Desenho de Som e Produção Musical de Estevão Casé (neste último item acompanhado por Dany Roland, que também é responsável pela Concepção Musical). Os Figurinos – muito loucos, e servindo ao momento da criação do espetáculo, são de Sylvie Leblanc. A figurinista ficou solta para deixar o público mesmerizado. Assistente de Figurino Bia Rivato.
      Gestão do Teatro Prudential: Assessoria de Imprensa MNiemeyer. Idealizadores Claudia Abreu e Luiz Henrique Nogueira. Maiores informações no Teatro Prudential.   NÃO PERCAM! 
           

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