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domingo, 17 de julho de 2022

 

 IDA  VICENZIA

(da Associação Internacional de Críticos de  Teatro – AICT)

(Especial)

 

C I R C U N C I S Ã O  E M   N O V A  Y O R K,

O autor dessa comedia conhecia bem a alma humana. Ele consegue colocar vários sentimentos e preconceitos em jogo, e luta contra o sentimento de culpa de Miriam, a personagem que desencadeia a ação, interpretada por uma elogiável Narjara Tureta. Devemos acrescentar, já no início, que este personagem explica, para a família, seu sentimento de culpa, por ser como é... e tudo se resolve no final.

Mas estamos falando em João Bethencourt, o autor de tantos sucessos, que novamente se apresenta entre nós!

Não nos apressemos. Estamos falando sobre uma sociedade judia, portanto, devemos levar em conta seu rígido dogma de preconceitos religiosos, o que nos leva a um quid pro quo muito bem resolvido!

Antes de tudo, saudemos o retorno do autor húngaro/brasileiro João Bethencourt, grande comediógrafo, nascido em Budapest. João veio para o Brasil em 1933, com a família, aos 10 anos de idade. Sabemos o porquê de tantos cuidados. Ah! As guerras do continente europeu!

Formado em Yale, João é Mestre em Artes Cênicas por aquela Universidade, e, como não podemos deixar de acrescentar, ele é (era?), um ser humano excepcional e nos deixa várias peças, entre elas a que está se despedindo hoje, dia 17 de julho de 2022, do Teatro Fashion Mall, Rio de Janeiro. Mas temos uma boa notícia! Circuncisão vai abrilhantar a reinauguração do Teatro Princesa Isabel, aquele que fica na entrada de Copacabana, e cujo proprietário (e amigo das Artes Cênicas) é Orlando Miranda! Boas Vindas! Este Teatro, que iluminou por muitos anos a Avenida que lhe dá o nome,  muito em breve voltará a nos iluminar!

A estreia do Princesa Isabel será com a peça que estamos comentando. O elenco é brilhante: Temos  Narjara Tureta como Miriam, a jovem judia que resolve se desvencilhar das amarras de sua condição, e partir para uma nova vida, independente! Rogério Freitas, brilhando sempre, dessa vez como o amigo (e avô!) do filho de Miriam... e de Emily, a companheira que influencia a entrada em um futuro menos ortodoxo praqueles que ainda usam o quipá (os pais... os homens!), indicativo de que a religião está acima de tudo. Eis que surge o Abraão II, (o pai de Emily) Rogério Freitas, para modificar a situação e fazer parte do embruglio!

E como fica isso?!

... e, a partir dessas revelações, o público vê surgir as situações mais inesperadas, na maioria conduzidas pela mãe judia! (Jalusa Barcellos em interpretação destacada e brilhante, como a mãe que procura solucionar a questão, para ela tão alarmente, de ter uma filha que está apaixonada por uma mulher! Jalusa/Sara, está impagável em seus cuidados!).

Mas há que vencer a resistência do patriarca Sergio Fonta, o Abraão I!... e aí surge o nó da questão!

Abraão I, vaidoso com a filha que vai ser mãe, e com a possibilidade de ser avô! Porém, sem o verdadeiro conhecimento do que está ocorrendo em sua residência, ele é o involuntário protagonista de tal confusão! (Sergio Fonta em memorável atuação).  E aí começa a situação de comédia que acaba envolvendo atores e público!

... Participamos, todos, do poder de imaginação de nosso dramaturgo, muito bem dirigido por Guilherme Delrio e orientado por nada 

... Participamos, todos, do poder de imaginação de nosso dramaturgo, muito bem dirigido por Guilherme Delrio e orientado por nada menos do que Cristina Bethencourt, a filha de João!

O elenco, composto por vários e bons artistas, entre eles Dalton Lisboa, uma surpresa, e Carlos Loffler, voltando com sua carga cômica e o papel do rabino! Temos também a noiva/esposa de Miriam, a doce e firme Emily, interpretada pro Araci Breckenfeld.

E mais não relatamos, deixamos para a imaginação do público (ou de quem vier a sê-lo) para complementar o enredo!

No final, celebrando o amor resolvido, o elenco nos brinda com uma espécie da can can judeu! – com uma música muito conhecida –  Aleluia! - comemorando amizade e amor... e as palmas do público!

Na ficha técnica, destaque para os figurinos criativos de Augusto Pessoa, que também se encarrega do cenário (uma simples sala de visitas, com muitos recursos cênicos...). Temos também a coreografia de Julita Machado. E a Luz e feita por Guilherme Delrio e Cristina Bethencourt.

Consultoria e Gestão Cultural: Patrícia Castro Arte e Cultura.

NÃO PERCAM!

É  BOM  VER  BOM  TEATRO!              

 

       

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