ANTONIO ABUJAMRA
" CALENDARIO DE PEDRA"
UMA BIOGRAFIA
Você já abriu este livro, agora entrará em
contato com a vida de Antonio Abujamra. Antes, porém, quero contar como foram
os primeiros dias desta narrativa. Tudo começou há 6 anos: 2008! Eu era seis
anos mais jovem... e ele também! Sempre que nos encontrávamos, entre amigos, em
bares, restaurantes, nos teatros do Sesc, ou em outros teatros, ele dizia para
os garçons, ou para quem estivesse perto de nós: “me tragam Viagra!”. Ninguém
ouvia, ou fingia não ouvir. A cena era terrivelmente divertida, e inesperada.
Claro, o que ele queria realmente não era Viagra, ele queria era alimentar um
mito. Veremos, mais adiante, que esta questão do mito, em Abujamra, foi mudando
com o decorrer do tempo.
Os seis anos tentando falar com ele não foram
uma experiência fácil. Mas foi muito prazerosa, porque desafiadora - para mim. Ora
a gente se reunia nas mesas do Degrau, em Ipanema, ora, nos bancos
desconfortáveis do Espaço Sesc do Rio de Janeiro, ou em bares da rua Santa
Clara, ou nos bastidores do CEU de São Paulo. Fazíamos um jogo de gato e rato. Finalmente
descobri que "estava tudo lá", em revistas, no seu programa de
televisão, na suas encenações. Antonio falava através de sua Arte. Enfrentei a
pesquisa.
Às vezes Antonio era carinhoso comigo, me
dava dicas, deixava pelo caminho pistas, que eu deveria desvendar, ou
compreender. Às vezes era irônico, duvidava da empreitada a que eu me dispusera.
Às vezes, entusiasta, deixava-se influenciar pelo meu entusiasmo. Só não
gostava de meu olhar perscrutador e me interrogava, "malcriado", como
dizia a sua querida esposa Belinha: "Por que este olhar que parece querer
namorar comigo"? Querem coisa mais desconcertante?
Aos trancos e barrancos, lá fui eu
estruturando a história de sua vida. Despistando insights, escondendo gravadores na minha roupa (que ele sempre
descobria, não porque a tirasse, é claro, mas porque havia sempre um fio
indiscreto a me condenar!). Lá ia eu, desesperada, rabiscando notas em
guardanapos de papel, imaginando cenas, desenvolvendo verdades. Quase me
transformo em uma ficcionista, mas a procura da verdade me salvou. Agora
apresento o resultado da aventura que foi tentar entender este monstro. Que a
sorte nos acompanhe! A mim, a ele, e aos nossos leitores! Comecemos pelo
começo.
IDA
VICENZIA
Ótimo relato! Muito curiosa!
ResponderExcluirLegal! Aviso.
ResponderExcluirBeijos,
Ida, estou ansiosíssimo para ler. Tenho muito amor pelo Abu. Meu mestre e muito especial para mim, como sei que foi especial para cada um que teve o prazer de ter passado pela vida dele. Desejo-te um bom processo de construção. Abraços!
ResponderExcluirOlá, Ida! Você ainda vai lançar a biografia do Abujamra?
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