IDA VICENZIA
(da
Associação Internacional de Críticos de Teatro – AICT)
(Especial)
"Romeu e Julieta", de Shakespeare. Direção Mariozinho Telles e Maria Rita Rezende. Em cena Julieta, a Mãe e a Ama. (Foto Divulgação) |
Eis um Shakespeare que continua fascinando os
corações!
Registramos a apresentação da Cia. Teatro de Roda, com direção de Mariozinho
Telles encenando “Romeu e Julieta”.
Trata-se da última direção do artista falecido em 2017, e os 'apaixonados de
Verona', hoje pelas mãos de Maria Rita Rezende, viveram, até o fim do mês de maio, seu destino, na Casa de
Cultura Laura Alvim.
E, certamente, estarão voltando para outros espaços! Há mérito neste renascer, e ele se
concretiza nas mãos da companheira e perpetuadora do trabalho de Mariozinho.
A montagem dos Clássicos em Cena, marca registrada deste diretor, já levou aos palcos Bertold Brecht, “O Homem é um Homem”, Sófocles e sua “Antígona” - e muitos outros clássicos. Mariozinho conseguiu uma abordagem contemporânea para estes dramas, uma visão renovada. É o que podemos observar neste “Romeu e Julieta” ano 2000.
A montagem dos Clássicos em Cena, marca registrada deste diretor, já levou aos palcos Bertold Brecht, “O Homem é um Homem”, Sófocles e sua “Antígona” - e muitos outros clássicos. Mariozinho conseguiu uma abordagem contemporânea para estes dramas, uma visão renovada. É o que podemos observar neste “Romeu e Julieta” ano 2000.
Criando seu teatro simples na Cia. Teatro
de Roda, o diretor formou várias gerações de atores. Em um teatro que poderíamos
chamar “de bolso”, eles viajaram pelo Rio de Janeiro levando seus espetáculos. A
ação de Mariozinho vem de longe, dos anos 80, quando foi multiplicador do
Teatro do Oprimido, de Augusto Boal. Hoje - e em 2017 - é a vez de “Romeu e
Julieta”, com tradução de Onestaldo de Pennafort. Trata-se de um trabalho continuado que a
companheira e atriz Maria Rita Rezende conserva intacto.
Mariozinho Telles participou do corpo
docente de várias escolas de teatro, entre elas a CAL e a Escola Martins Pena. Hoje
Maria Rita conserva o seu último trabalho, que destaca o dramaturgo de Stratford upon Avon. Ele ocupou, até final do mês de maio, um lugar no Espaço Rogerio Cardoso,
da Casa de Laura Alvim. Certamente o espetáculo retornará em outros espaços.
Atores e diretora estarão sempre prontos a assumir “Romeu e Julieta”, não deixando os apaixonados de Verona serem desvirtuados. Esta foi a promessa da companheira
de vida e teatro de Mariozinho, Maria Rita Rezende. O elenco também está
disposto a sustentar o estilo vibrante do diretor.
Entre as atrizes tivemos Karina Diniz interpretando
Julieta, com impetuosidade e acerto. Karina também mostrou versatilidade ao
enfrentar a personalidade masculina de um Montecchio! Também Roberta
Mancuso, no papel da Ama de Julieta, enternece o público com sua dedicação e
esperteza. Trata-se de uma presença marcante. Há também Luciana Albertin desenvolvendo
os 'cuidados' da Sra. Capuleto com sua filha Julieta... Ah! Essas mães, e seu poder
de desencadear tragédias!
No
elenco masculino destacam-se Mario Meirelles como Romeu, e Guilherme Salvador
como Frei Lourenço. Também Lenilson de Mello interpretando Benvolio é muito bem sucedido.
Não é fácil segurar o espetáculo com o vigor que apresenta. Em cena nua, ele se
sustenta no compasso do ritmo dos atores! A luz também é um grande parceiro (executada
por um dos componentes da Cia.). É algo que fala por si. Os figurinos, em negro, lembram
os coringas dos anos 70, com os atores revezando-se nos papéis e tornando vivo o jogo
de cena. Este é um magnífico exercício teatral.
A composição de “Romeu e Julieta” é moderna,
com o palco nu e a iluminação jogando com as mudanças de cena. A registrar a
entrada do elenco, situando uma época que bem poderia ser a nossa,
contemporânea, pois os atores utilizam mãos e corpo para extrair deles o ritmo
do Hip Hop e do Rap, em movimentos livres e originais: o público encanta-se com a
apresentação dos personagens. O único objeto de cena é um lenço vermelho que pode
se transformar em um coração batendo, ou em uma ferida sangrando...
...e este recurso do diretor lembra-nos a
paixão de Mariozinho Telles pelo teatro! Podemos dizer que os verdadeiros ‘imortais’ do teatro são os artistas
que, como Mariozinho, passam as suas emoções como se vivos fossem...
Vida longa ao “Romeu e Julieta” de
Shakespeare, Mariozinho Telles e Maria Rita Rezende! Provavelmente ele retornará em outros espaços
desta tribo carioca!
Nada demais no elenco... achei as atuações de Karina Diniz e Roberta Mancuso rasas, bem sem sal, artificiais. Tentei dar uma chance ao teatro brasileiro com essa peça e me decepcionei bastante. Continuarei procurando rsrs Mas não podemos negar que em qualquer escola nos EUA e em alguns países da Europa os estudantes que nem concluíram o "ensino médio" deles dão um banho nos atores e atrizes profissionais daqui, né... isso é um fato. Um ou outro salvam.
ResponderExcluirO espectador que se intitula "Anônimo" certamente não percebeu que a encenação é um exercício teatral de um grupo de alunos e amadores de teatro. O grupo de Mariozinho Telles se distingue por ser um captador de estilos e cenas experimentais, procurando o novo em um teatro simples, que poderia atuar também como teatro de rua. O Espaço Rogerio Cardoso é ideal também para este tipo de experimentação. Volto a reafirmar, o trabalho de Maria Rita Rezende é sensível e original.
ResponderExcluirE ainda não colocou sequer o nome. Lamentável o comentário anônimo.
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