Paulo Mathias Jr em "O CARA", direção de Miguel THIRE Estreia Teatro Paulo Pontes - NET (foto divulgação) |
Reestreia de "O Cara", texto
e direção de Miguel Thire, teatro Paulo
Pontes - NET. Monólogo com o ator Paulo Mathias Jr., uma
espécie de "comediante aloprado", lembrando um pouco Jerry Lewis.
Suas veias, seus músculos, sua expressão e voz
entram em cumplicidade com o público, atestando o grande comediante. Fui
ver "O Cara"... mas não era uma comédia! Ou melhor, como Molière,
Martins Pena e os comediantes da praça, a seriedade, a política, a ambição
desmedida e a solidão - estavam todas lá, transmitidas pelo texto crítico de
Miguel Thiré!
Por momentos tememos identificar no
personagem, cujo nome é Getúlio Batista, uma crítica declarada a alguns bem
sucedidos homens de negócios brasileiros, também chamados Batista, e que também
possuem a mão de Midas, aquele rei da mitologia que transforma em ouro tudo o que toca. Porém Mathias Jr não
se limita só a ser só um gênio das finanças, ele vai se multiplicando em
diversos personagens, que podem ser o amigo, a vizinha, os opositores, além do
próprio Batista, é claro, o jovem que se propõe ser, aos 30 anos, o homem mais
rico do mundo! E o consegue. Porém, é no momento em que ele atinge seu sonho
que os dissabores começam a acontecer, mostrando que o futuro pode ser assustador.
A trama, muito bem trabalhada, é um enfrentamento à febre consumista que assola
a nossa sociedade. Em boa hora o autor se refere a esse fenômeno.
Miguel Thiré resolve enfrentar seu tema fazendo
a opção de estrear "sem patrocínio". Vemos, na ficha técnica do espetáculo,
uma estranha representação, na qual colaboradores pouco prováveis comparecem, como
por exemplo Robert de Niro, stand-in de Mathias; ou a assistência de direção feita
por Steven Spilberg (o primeiro assistente, na real, é Raquel Alvarenga). Mas a
preparação corporal é de Arnold Schwarzenegger, e o camareiro é Eike Batista. O
web designer é Steve Jobs. A produção executiva, no mundo real, é de Rachel
Lamm (a cara de Deborah Lamm). Trata-se de uma brincadeira simpática, como
simpático é o espetáculo. Parabéns pelo seu retorno (estreou no Centro Cultural
da Justiça Federal). Diretor e ator continuam a alegrar seu público, e fazê-lo
pensar. Longa vida e boas platéias para "O Cara"!
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