IDA
VICENZIA
(da
Associação Internacional de Críticos de Teatro - AICT)
(Especial)
"MEMORANDUM"
E para terminar o "Capítulo Crítico
da Conquista dos Imperadores", da Biografia de Antonio Abujamra, eis um trecho do Memorandum prometido:
"Vamos fazer um teatro simples,
legitimo. Denunciemos as falsas fatalidades. A historia é feita por homens, ou
seja, por seres suscetíveis de mudanças. Este memorando tenta provar que se o
teatro for verdadeiro, o público irá vê-lo e será capaz de ouvir. O trabalho de
popularizar tem que ter uma continuidade precisa de coerência e astucia. Não
acreditemos nos governos: nenhum político brasileiro é capaz de perder cinco
minutos de sua vida pública para dedicá-los à cultura. Por que a cultura os
assusta.
"A função do nosso teatro para esse
povo que temos pela frente é abrir um campo novo de visão, ação. A verdade,
evidentemente, não é universal. Por isso é que a pergunta constante para quem
quer realizar algo é "qual a verdade que quero apresentar hoje, como
proposição aos que estão sentados na platéia". Não esperar que a crítica
venha com o espetáculo ideal na cabeça e ache que o que está sendo apresentado
deveria ser de outra maneira. Se a linguagem do espetáculo for completa, o
crítico terá obrigação de seguir esta linguagem e não dizer que linguagem
deveria ter sido usada. Confiamos afirmativamente no teatro brasileiro. Nosso
pessimismo é um pessimismo instrumental contra o mau teatro. Tudo o que for
capaz de libertar e evoluir o homem merece nosso apoio. O contrario disso nossa
profunda repulsa.
"Gostaríamos de ver um teatro de discordância,
que teria uma atuação violenta nessa desproporção grotesca que é nosso País,
onde existe o pequeno pensamento mentiroso e os problemas reais dos homens. Um
teatro de causa e efeito. "A Exceção e a Regra", de Bertold Brecht, é
a peça que melhor ilustra o que desejaria ser este memorando". (Antonio Abujamra)
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