Umberto Magnani e Ana Rosa em "Elza e Fred", direção Elias Andreato. (Foto Divulgação) |
IDA VICENZIA
(da Associação Internacional de Críticos de Teatro -
AICT)
(Especial)
Em cartaz
no Teatro Maison de France, "Elza & Fred", uma adaptação para
teatro do filme argentino do mesmo nome, dirigido por Marcos Carnevalle. A adaptação
para teatro é do próprio Carnevalle, com direção de Elias Andreato. No elenco
da atual versão brasileira da peça, que foi sucesso mundial no cinema (tradução
Rodrigo Paz), temos Ana Rosa como Elza e Umberto Magnani, no papel de Fred. Estes
dois personagens, heróis da velhice, conseguem vencer a limitação da idade e
surpreender, neste encontro que lhes restitui a alegria de viver.
A sorte
lhes bate a porta através de uma simples colisão de dois motoristas distraídos:
um dos motoristas é Elza, e o outro alguém da família de Fred que se torna,
inadvertidamente, um cupido. Explico: ao se constatar os danos feitos por Elza
no super carro do genro e filha do vizinho, começa o destino a traçar a sua
benéfica rede.
A
encenação é leve, aberta, com notas que remetem a "Three Coins in The Foutain",
do filme do mesmo nome. O sonho de Elza, de conhecer a famosa "Fontana Di
Trevi", vai ser realizado a partir da bendita colisão de dois automóveis
quebrando pára-choques (algo muito simbólico). Sem maiores conseqüências para
os carros, porém para o coração de Elza e de Fred, esta colisão é determinante.
Quantas
pessoas, ao atravessar a casa dos 70 anos, não sonhariam com essa colisão? E aí
está o encanto da peça: o futuro alegre e glamoroso atravessando o limite da
idade do amor. É muito bom ver um texto e seus atores se envolverem de maneira
tão agradável nesta comedia de costumes (romântica?) fora de qualquer regra ou
costume.
E tudo
isso se ampara na personalidade extrovertida e naturalmente feliz de Elza (Ana
Rosa transmite alegria e malícia a seu personagem, dando leveza ao que poderia
ser uma tragédia, já que ela, Elza, possuiu uma doença terminal). Pensando bem,
Elza sabe que a vida é uma doença
terminal...e trata de "colocá-la em seu lugar", a morte. Quanto a
Fred (Umberto Magnani dá vida a um resignado velho, disposto a viver sua recente
viuvez na companhia de um pássaro na gaiola, extensão da condição de Fred no
mundo). Mas também este personagem sabe reconstruir a sua vida, e para isso nos
transmite o "escândalo" que é viver a alegria que a vida lhe oferece.
E quem
pode com a independência destes dois velhos? Não os filhos, não o genro. O neto
compreende o avô, e temos uma das mais simpáticas relações neto e avô. No
elenco, Isadora Ferrite, a filha de Fred; Igor Dib, Luciano Schwab, Fernando Petelinkar,
David Geraldi David Leroy e Ando Camargo.
A registrar,
a projeção da cena de La Dolce Vita, com o famoso desfile de Anita Ekberg na
sonhada Fontana de Trevi. Figurinos muito felizes do mestre Fabio Namatame, que
também é responsável pelo cenário plástico e cheio de imaginação. Também os
adereços são de Namatame, o que já é uma recomendação do bom visual da peça.
Iluminação de Wagner Freire utilizando spots com luzes quentes sobre telões
móveis. Jonatan Harold é o responsável pela bela intervenção musical.
BONS MOMENTOS DO MELHOR TEATRO. VALE A PENA
CONFERIR!
Oi Ida, um comentário como esse vindo de você é certeza de um ótimo espetáculo. Fiquei com água na boca. Ontem fui ver "Tribos" com o sempre sensacional Antonio Fagundes. Amei! Beijos.
ResponderExcluirVá assistir Elza & Fred, Sylvia, você vai amar este espetáculo! Beijos
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